Vida, Escrita e Psicologia: um entrelace chamado “Outras Prosas”

10 março 2020

Imagem: Geralda Guevara

Por: Lívia de Paula

 

Olá colegas psi! Como vão vocês?

Este texto é o último do projeto de apresentação das categorias temáticas aqui do Cá entre nós, Psi! – carinhosamente apelidado por mim de CENP. Desde dezembro, venho apresentando as categorias que nortearão a produção de textos e conteúdos aqui no blog. Se você não leu os textos das categorias, vale fazê-lo para entender melhor a proposta. As categorias até aqui apresentadas são: Psicologia e Política de Assistência Social; Psicologia e Prevenção de Violências; Psicologia e Clínica. A última categoria, que apresentarei hoje, nomeei de Outras Prosas. Esta categoria agrupará textos que não possuírem o propósito de focar no exercício da Psicologia em si, textos por vezes sem referências bibliográficas, que falem do cotidiano, da vida e de seus desafios.

Você deve estar se perguntando: e por que o CENP proporá textos que não se relacionem diretamente com a atuação da psicóloga (o), já que ele é um espaço de trocas sobre a atuação da (o) profissional de Psicologia? Vou tentar responder um pouco deste questionamento, contando sobre minha relação com a escrita e com a Psicologia e como essas duas coisas se entrelaçam.

Demorei bastante para descobrir que a escrita chegou na minha vida bem antes da Psicologia. Já na adolescência, adorava os velhos diários. Passava horas dedicada a eles, escrevendo, decorando, imersa naquele universo que misturava realidade e fantasia, bem típico da adolescência dos anos 90. Cartinhas também sempre foram um deleite para mim. Conheci pessoas através de troca de correspondências, os aniversários das amigas sempre pediam um cartão, uma mensagem, enfim…Já na era da internet, iniciei no caminho dos blogs. O CENP é meu terceiro blog, entretanto o primeiro a ir de fato pro mundo. Antes dele, tive outros dois, mas nunca tive a coragem necessária para divulgá-los e colocar a “cara no sol”. Antes do CENP existir, comecei a dar a cara no mundo blogueiro como colaboradora do Blog Psicologia no SUAS, trabalho impecável da psicóloga Rozana Fonseca.

Pois é, a escrita chegou antes da Psicologia na minha vida. Chegou quando as minhas únicas referências bibliográficas eram as minhas experiências. E, coincidência ou não, quando a Psicologia chegou, o caminho que nela eu escolhi também foi o da experiência. O de colocar a mão na massa, o de pesquisar a partir da prática aquilo que me intriga na profissão. Aquilo que me provoca, aquilo que me movimenta. Escolhi a Psicologia Social. A Psicologia que se aproxima do coletivo, das relações, do território, daquilo que está vivo e potente, daquilo que acontece. Escolhi a Psicologia Fenomenológico-Existencial. A Psicologia daquilo que aparece, que se apresenta, que demanda acolhimento, na qual a vivência chega antes da teoria. A Psicologia das relações, do Encontro que transforma, da congruência, da espontaneidade, da ausência de scripts. Concluo, escrevendo este texto, que na vida, de fato, tenho escolhido a experiência. E a partilha dela. Experienciar, pesquisar, partilhar. Essa é minha escolha.

Por acreditar na experiência, acredito em uma Psicologia que se entrelaça com a vida. Vida e Psicologia caminham lado a lado. A Psicologia é uma ciência que se constrói a partir dos estudos sobre a vida, as subjetividades e as relações.

E não faria sentido para mim criar um blog que falasse de Psicologia sem falar da vida. Sem tecer “Outras Prosas”. E é por isso que essa categoria faz parte do CENP. Outras Prosas se dedicará a trazer temas cotidianos, em verso, rima, poesia, crônica e prosa. Criações minhas e de outras pessoas. Entrelaçadas diretamente ou não à Psicologia.

Falaremos da vida. O blog será enfeitado com arte, o respiro da vida. Livros, filmes, séries, músicas. A vida sem arte é muito sem graça. Outras Prosas é leveza. É conversa “jogada fora”, no fim de tarde, regada a café e “pãozin” de queijo. Sem compromisso. Daquelas que produzem, sem ter a intenção. Minas Gerais é repleta desses momentos. Por aqui, a melhor filosofia mora nos momentos de descontração.

Essa é a proposta desta categoria. Trazer leveza para a nossa conversa. Pitadas de respiro nos diálogos sobre os desafios da nossa profissão. E aí, o que você, colega psi, acha dessa ideia? A Psicologia que você defende se parece com a minha? Como se entrelaçam Psicologia e Vida para você? Proseia comigo nos comentários? Tem café. Tá servida (o)?

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